segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Ik bin pommer" – a revalorização das raízes

O isolamento em que viviam os pomeranos, seja por vontade própria ou por força das circunstâncias, contribuiu não só para a sobrevivência das tradições e do dialeto. A falta de contato também contribuiu para o surgimento de especulações sobre os pomeranos, gerando algumas vezes desinformação prejudicial à comunidade.

O trabalho na lavoura em áreas desmatadas com pouca sombra, o uso de agrotóxicos e a exposição diária ao sol intenso causaram entre os descendentes um câncer de pele, o "câncer ecológico", que provocou mutilação e morte entre os pomeranos, fato que se tornou conhecido até internacionalmente. Uma iniciativa da Igreja Luterana e da Universidade Federal do Espírito Santo criou há 15 anos um programa de tratamento e prevenção que ajudou a resgatar a auto-estima local, abalada pela doença e sua repercussão na mídia.

Hoje, os descendentes dos colonos estão presentes em todas as esferas político-administrativas e intelectuais da região. A nova geração está cada vez mais consciente da necessidade de manutenção e valorização de uma identidade própria, viva e atual, portanto em transformação.

Além das famosas e inúmeras festas promovidas pelas cidades, com temas diversos, normalmente ligados à agricultura, existem uma rádio e um jornal pomeranos e já foi lançado um CD de rock pomerano e outro de concertina. Os grupos de música e dança folclóricas foram pioneiros nesse processo de revitalização. Entre os grupos musicais merecem destaque os Pomeranos de Melgaço, o Isarbohn de
Laranja da Terra, a dupla de paródias Rodolfo e Fredolin de Vila Valério, além do grande número de tocadores de concertina, o principal instrumento pomerano.

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